Friday, March 16, 2007

Metáforas...

O livro sagrado diz que a vinda do anti-Cristo será precedida de acontecimentos cataclísmicos. As trombetas do apocalipse soarão, o dia virará noite, as estrelas sumirão do firmamento, o Flamengo será campeão brasileiro e tudo mais.

Nas últimas semanas, o mundo tem acompanhado uma série de sucessivos fatos que não são propriamente cataclísmicos: Zé Dirceu pede anistia, Alemão é eleito o coitadinho do BBB, Britney Spears ensina o mundo como transformar um sex symbol (contestável, ok) em tribufu de asa em 2 lições, Ilsinho é convocado pra seleção... Aí fica a pergunta: que tipo de desastre acompanharia acontecimentos tão patéticos?

Pinky e Cérebro estiveram reunidos há uma semana em São Paulo para discutirem política internacional. Cérebro não precisa mais conquistar o mundo, ele já preside a principal potêncial bélico-econômica do planeta - o que não o impede de continuar sendo o completo imbecil de sempre. Pinky, mais modesto, aceitou um simpático país de terceiro mundo.

O fato é que velhos amigos se reuniram para conversarem amenidades e nos brindar com as velhas merdas de sempre. A principal delas, partiu de Pinky. Em tempos de preocupações ambientais renovadas e dos sempre atentos olhares para a nossa Floresta Claudiohânica - digo Amazônica - nosso nobre Presidente, ao analisar as posições de Brasil e EuA nessa sacanagem internacional, espalha aos 4 ventos que é preciso que os dois países encontrem o Ponto G da relação para que então possam caminhar em consonância de idéias - ou para o lance rolar gostoso, aprofundando a analogia usada pelo nosso presidente.

O Ponto de Gräfenberg é, teoricamente, uma região do canal vaginal a qual, uma vez atingida e estimulada, conduz a mulher a uma onda de incomensurável prazer. Algo somente comparável (para ela) a uma hipotética situação na qual ela estaria num oasis de grifes internacionais de ponta (Gucci, Versacci, Rauph Loren, Victoria's Secret, Louis Vuitton...), não com ticket ilimitado - porque nós sabemos que seu maior prazer não está no consumo, mas no gasto em si – mas como o prêmio da mega sena disponível para compras.

Analisando somente este trecho, interpretamos que o que Pinky quer é uma relação que seja prazerosa/proveitosa para ambas as partes, não somente um gozo parcial. Uma vez encontrado esse ponto, a harmonia estaria estabelecida. Essa colocação vai do lamentável ao risível e me faz perguntar a mim mesmo quem foi o miserável que tirou o Duda Mendonça do lado do presidente. Nos tempos de briga de galo, ele não falava tanta merda, em analogias tão pueris e descabidas.

Por outro lado novos contornos são evidenciados quando analisamos todo o contexto da mensagem e nos damos conta de que o Ponto G ainda é uma teoria controversa, é algo não cientificamente comprovado e que, portanto, é uma região que pode, inclusive, não existir. Peraí... quer dizer que nosso presidente, com histórico vermelho, passado sindicalista e anti-americano em essência, pode estar aprofundando em vários níveis sua metáfora, apontando para um ponto de concordância que não existe? Estaria ele dizendo em outras palavras que tal harmonia é paradoxal em essência? Estaria ele sustentando seu discurso sobre uma analogia que poucos líderes internacionais alcançariam – o que, evidentemente, não é o caso do limitado George W. Bush?! De quem é esse texto? Quem pensou isso para o nosso presidente?

Porque, vamos combinar, imaginar que ele chegou ao ponto de escrever algo com tamanha profundidade já é querer demais, né não? Bom, meu amigo, aí é mais fácil acreditar na hipótese 1 e chamar o Duda de volta, ou, quem sabe, começar o meu próprio plano de conquistar o mundo.

1 comment:

Anonymous said...

Querido Léo, adoraria abrir minha boca maldita em seu blog, porém, nessa época de IRs está difícil para eu escrever algo no Tangi, quanto mais em outro. Caso você ainda queira lá pra maio, eu aceito sim, mas agora não dá. Tudo bem?